Este trabalho refere-se à criação, desenvolvimento e realização de um editorial de moda inspirado no filme Alice in Wonderland de Tim Burton, principalmente, no que diz respeito a algumas das características surrealistas que o compõe. Na estética surrealista a expressão é livre dos controles racionais, o que proporciona características lúdicas e inusitadas às suas formas. Por este viés, os sonhos interferem nos procedimentos da arte e provocam o surgimento de novos modos de representação. O principal criador e crítico do Surrealismo, André Bresson, combina em suas obras o abstrato, o inconsciente e o irreal. A leitura que Tim Burton faz da obra Alice in Wonderland de Lewis Carrol, ressalta fortemente esses elementos encontrados desde os aspectos maiores e mais importantes até os menores detalhes das cenas. O filme está repleto de linguagem simbólica, metafórica, fazendo com que a história seja contada de diversos níveis. Uma dessas linguagens, que é muito significativa e intensamente explorada no filme, é a linguagem das cores. A polaridade entre o branco e o vermelho, representada pela bondosa Rainha Branca e a Rainha Vermelha, tirana, despótica, agressiva, é bem nítida. Entre elas, aparece outra cor, o azul de Alice. No entanto, esse azul é substituído pelo vermelho a certa altura da história, acompanhando alterações no comportamento da personagem, sugerindo, talvez, as transições da adolescência. Desse modo, o editorial de moda tem como fio condutor a dualidade entre cores usadas pela protagonista no decorrer da história e elabora uma interpretação dessas manifestações, estabelecendo assim, um conceito próprio que busca atender ás solicitações de tendências e mercado de moda.
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